quinta-feira, 16 de outubro de 2014

DELATOR DIZ QUE PAGOU PROPINA AO EX-PRESIDENTE DO PSDB PARA DESISTIR DE CPI CONTRA PETROBRAS

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou ao Ministério Público Federal que repassou propina ao ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra para que ajudasse a esvaziar uma Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar a Petrobras em 2009. À época, Guerra era senador por Pernambuco e um dos três membros da oposição que participaram da CPI, juntamente com o senador paranaense Álvaro Dias, também do PSDB, e Antonio Carlos Magalhães Filho (DEM-BA). Segundo o delator, empresas que prestam serviços à Petrobras tinham como objetivo nessa época encerrar logo as investigações da CPI, porque ela ameaçava prejudicar seus negócios com a estatal. A existência da comissão também incomodava o governo e os três partidos que Costa apontou agora em seus depoimentos como os principais beneficiários do esquema de corrupção que teria atuado na estatal: PT, PMDB e PP. Paulo Roberto Costa disse acreditar que Guerra recebeu a propina em 2009, porque nunca mais foi procurado por ninguém para tratar do assunto, embora os tucanos tenham abandonado a comissão no fim de outubro alegando que o rolo compressor do governo impedia qualquer tipo de investigação séria. A comissão acabou desacreditada quando foi decretado o seu fim em novembro de 2009: nada de concreto foi apurado sobre a estatal, embora as suspeitas da época fossem as mesmas que acabaram sendo investigadas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, desencadeada em março deste ano, como a de que houve superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e as empreiteiras pagavam suborno a parlamentares e servidores na Petrobras. O PSDB sempre culpou o PT e Lula pelo esvaziamento da CPI. Em nota, o PSDB disse defender todas as acusações feitas por Paulo Roberto Costa sejam investigadas. Francisco Guerra, filho do ex-senador, afirmou não ter nada a dizer sobre a acusação, mas diz preservar o legado do seu pai "com muita honra". Informações da Folha de S. Paulo.
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